Provavelmente você já teve ter visto uma partida de futebol para pessoas portadoras de deficiências visuais, nem que seja em vídeos na internet. Conhecido como futebol de 5, a partida é disputada por atletas que são completamente cegos.
São três categorias no futebol: B1, B2 e B3.
A letra B significa blind (cego) e os números representam o grau da visão dos atletas. A categoria B1 são aqueles que possuem grau de visão muito próximo ou igual a 0%. A categoria B2 são as pessoas que têm a percepção de vultos e a B3 de pessoas que conseguem definir imagens.
Como o próprio nome diz, as equipes são formadas por cinco jogadores, de modo que quatro jogadores atuam na linha e um como goleiro. Em competições não oficiais, os jogadores da linha podem ou não serem cegos totais. No sentido de proporcionar igualdade de condições, todos eles devem usar uma venda. A exceção é o goleiro que sempre terá cegueira parcial: sua função, além de defender as bolas atacadas contra o seu time, é de atuar como guia do time. Por outro lado, nas competições de cunho oficial, os quatro jogadores de linha deverão pertencer à classificação de cegueira total, de modo que a única função permitida ao portador de deficiência visual parcial é a de goleiro.
As dimensões oficiais da quadra são variáveis entre 38 e 42 metros de comprimento por 18 a 22 metros de largura. O material do solo pode ser de cimento, grama natural ou grama sintética, de modo que seja obrigatoriamente plana e não abrasiva.
A bola utilizada nas partidas deve apresentar as seguintes características: esférica, com circunferência entre 60 e 62 centímetros e ser de couro ou qualquer outro material adequado. A sua grande particularidade reside no som que ela emite, para que os jogadores possam percebê-la na quadra. Esse sistema de som é geralmente composto por guisos, que fazem barulho conforme a bola se movimenta.
O uniforme obrigatório dos jogadores é composto por camisa, calção curto, meias, caneleiras e calçado. O único tipo de calçado permitido é tênis branco, que pode ser de couro ou de lona. O único jogador que pode usar calças compridas é o goleiro, cuja cor da roupa deve ser diferente daquelas usadas pelo resto do time.
As regras não são muito diferentes do futebol convencional. O jogo é dividido em 2 tempos de 25 minutos com intervalo de dez minutos. A área do goleiro é de 5 por 2 metros, de onde ele não pode sair para realizar defesas e nem pegar a bola. Quanto às faltas, depois de 3 serem cometidas, é dado um tiro livre da linha de oito metros do gol ou do local onde foi sofrida.
Além disso, fazem parte dos equipamentos obrigatórios dos jogadores: tampão oftalmológico nos dois olhos e vendas. As vendas devem ser de material absorvente – devido ao suor -, com proteção acolchoada. Em competições oficiais, a venda é entregue aos jogadores pela organização do campeonato.
Atualmente, o futebol para cegos é praticado em mais de trinta países. Sua estreia oficial em Jogos Olímpicos para pessoas portadoras de deficiência – Paraolimpíadas – ocorreu em 1994, na cidade de Atenas. Desde então, os atletas dessa modalidade vêm sendo reconhecidos, especialmente no Brasil, país vencedor do futebol de cinco nos Jogos de Atenas.
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