A fisiologia do chute de futebol





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Seria de esperar que qualquer jogador de futebol bem treinado pudesse ter um chute que propelisse a bola à velocidade de um carro numa estrada, mas não é o que ocorre. A força muscular, a resistência, a boa forma física e a eficácia nos chutes a gol são itens obrigatoriamente trabalhados nos programas de treinamento que visam a aumentar o rendimento de qualquer jogador. Por que, então, só uns poucos se destacam como canhoneiros? Todo jogador, por mais que melhore, tem seus limites. Aumentar o volume dos músculos por meio de exercícios com pesos, por exemplo, não aumenta, de forma alguma, a potência do chute. Isso é explicável pelos modernos conhecimentos de anatomia. Sabe-se que um músculo se compõe de três tipos de fibras: as rápidas, as lentas e as intermediárias. Cada uma delas tem propriedades muito diferenciadas.

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As fibras lentas tendem a ser mais curtas e vermelhas, responsáveis pelo rendimento contínuo, sendo as mais usadas pelos maratonistas, por exemplo. Em compensação, uma ação repentina, como um chute de arrebentar redes, requer músculos rápidos, capazes de se contrair em frações de segundo. A maior parte da energia provém, nesse caso, da combustão anaeróbica (sem consumo de oxigênio) de açúcar, que a libera quase como uma explosão. Portanto, um disparo potente depende, sobretudo, da velocidade de contração dos músculos rápidos. Além da constituição das fibras musculares, também o número de nervos que acionam os músculos ajuda a determinar a velocidade do movimento. 

Quanto mais numerosas as terminações nervosas em cada grupo de fibras, mais eficiente será a ação.
É uma característica fisiológica do chutador. A velocidade de contração do sistema muscular desses jogadores é extremamente alta. Esta capacidade suplementar é algo com que não se pode competir nem imitar - eles já nasceram com músculos super-rápidos. Isto não significa que um jogador de chute médio deva resignar-se. Um bom programa de treinamento pode aumentar consideravelmente a potência do chute de qualquer atleta. Para tanto, é necessário exercitar as fibras rápidas; por exemplo, com séries de corridas curtas seguidas de chutes a gol. O resultado é um robustecimento dessas fibras, que armazenam assim mais energia, além da gradual transformação das fibras intermediárias em rápidas. O programa, é claro, não consegue aumentar o número de nervos em cada músculo, definido geneticamente, mas pode ativar as terminações nervosas fora de uso por falta de exercício. O treinamento pode conseguir, ainda, que uma porcentagem muito alta de fibras se contraia de modo simultâneo (coordenação intramuscular), o que mais uma vez tem como consequência uma alta aceleração.

Um fato decisivo que costuma ser levado em conta é que quase toda a musculatura do corpo se põe em ação no momento do chute, por meio de "alças" opostas de contração e distensão. A perna com a qual se chuta tem somente uma fração da energia necessária para o disparo. A bola oficial de futebol, que pesa aproximadamente 450 gramas, é acelerada até alcançar uns 120 quilômetros por hora. A tremenda descarga de energia envolvida no ato, assim, só obtém o resultado máximo quando o movimento está coordenado de forma ótima.

Mas não é só a Biologia que impõe limites à arte do superchute. As leis da Física, naturalmente, também contam. Isso significa que o jogador não pode sonhar com técnicas de golpear a bola que contrariem as regras do movimento dos corpos. Cabe-lhe, isto sim, carregar o corpo com a maior quantidade de energia possível, o que ocorre quando toma impulso na corrida. Se ele já não vier correndo pelo campo a toda velocidade, convencionou-se que pelo menos cinco passos são recomendáveis.

Pouco antes do chute, quando o jogador coloca a perna de apoio junto à bola, diminui a velocidade e todo o corpo estira-se para trás como um arco pronto a disparar uma flecha. Mais do que a velocidade do impulso, essa tensão prévia é requisito importante para uma explosiva contração muscular no chute. Os músculos do estômago se contraem rapidamente e catapultam a perna que dispara para a frente como um relâmpago. Outra conclusão das pesquisas é que também o músculo reduz a velocidade alguns décimos de segundo antes do contato com a bola. A freada repentina faz com que a perna à altura do joelho, agora retardada, se lance como um chicote. Num chicote de verdade, o estalo é resultado da enorme velocidade da ponta da tira de couro, no momento do seu retrocesso. A comparação não é descabida, pois o peito do pé golpeia a bola durante 5 a 10 milésimos de segundo, acelerando-a instantaneamente.

A violência da "patada" que catapulta a bola equivale à energia necessária para movimentar 300 quilos. A perna do chute é incapaz de suportar mais nestas frações de segundos. E assim deve ser. Se, por qualquer motivo inexplicável, o peso da bola diminuísse repentinamente, a potência do choque se multiplicaria e a perna não agüentaria as conseqüências, ficando com os cordões musculares estirados e até ossos estilhaçados.
O super chute do jogador de futebol, como nessa cobrança de falta, equivale a uma aceleração da bola a mais de 100 quilômetros por hora em décimos de segundo e costuma gerar acaloradas discussões - ou costumava, antes do advento do slow-motion (câmara lenta) na TV. Tudo acontece depressa demais e é provável que ninguém saiba descrever com exatidão o que se passou diante dos próprios olhos. Mesmo os jogadores às vezes têm dificuldade para dar uma resposta satisfatória.

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A fisiologia do chute de futebol A fisiologia do chute de futebol Editado por Dani Souto Esporte Educacional on 12:44 Nota do Post: 5

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